Este romance é definido pelo autor como Idílio (s. m. Pequena composição poética, campestre ou pastoril; amor simples e terno; sonho; devaneio.) e abusa das técnicas modernas, usando uma linguagem coloquial, perto do falar brasileiro (por exemplo, começando frases por pronomes oblíquos), sem capítulos definidos, prosa telegráfica, expressionismo, construído através de flashs, resgatando o passado ou fixando o presente. Publicado em 1927, o Idílio causou impacto. Desafiou preconceitos, inovou na técnica narrativa. Sem nenhum prêambulo, Souza Costa e Elza surgem no livro. Souza Costa é o pai de uma típica família burguesa paulista do início do século.
O Beijo no Asfalto
Tragédia
contemporânea contrastando poesia e vulgaridade. Conserva-se fiel ao
expressionismo freudiano e realismo, o autor vem de encontro a
preconceitos e inseguranças bem como à falsidade, ao juízo fundado
na aparência e a condições unânimes. Arandir testemunha um
atropelamento e ao socorrer a vítima, dá-lhe um beijo na boca a
pedido do agonizante. É imediatamente acusado de homossexualismo
pela imprensa e pela polícia.
Macunaíma
Rapsódia
escrita em 1926 e publicada em 1928, traz uma variedade de motivos
populares que Mário de Andrade juntou de acordo com as afinidades
existentes entre eles. Trata-se de uma espécie de "coquetel"
do folclórico e do popular do Brasil. Mário de Andrade mistura o
maravilhoso e o sobre-humano ao retratar as façanhas de um herói
que não apresenta rigorosos referenciais espaço-temporais –
Macunaíma é o representante de todas as épocas e de todos os
espaços brasileiros. Macunaíma, que leva o subtítulo de "herói
sem nenhum caráter", é também o nome do personagem central,
um herói ameríndio que trai e é traído, que é preguiçoso,
indolente, mas esperto e matreiro, individualista e dúbio.
Memórias de Um Sargento de Milícias
Uma
obra de transição para o Realismo. O livro conta a história do
jovem Leonardo, filho de pais separados que é criado pelo padrinho
barbeiro, sendo uma peste tanto criança quanto mais velho. No começo
indicado para ser clérigo, sua rejeição a Igreja lhe leva a
vadiar. Na companhia do padrinho na casa de D. Maria conhece
Luisinha, por quem se apaixona. Luisinha no entanto se casa com um
espertalhão de nome José Manoel. Quando o padrinho morre ele volta
a morar com o pai, mas por pouco tempo porque este o expulsa de casa
por causa de seus desentendimentos com a madrasta.
Capitães de Areia
Os
Capitães da Areia é um grupo de meninos de rua. O livro é dividido
em três partes. Antes delas, no entanto, via uma seqüência de
pseudo- reportagens, explica-se que os Capitães da Areia é um grupo
de menores abandonados e marginalizados, que aterrorizam Salvador. Os
únicos que se relacionam com eles são Padre José Pedro e uma
mãe-de-santo. O Reformatório é um antro de crueldades, e a polícia
os caçam como os adultos antes do tempo que são. A primeira parte
em si, "Sob a lua, num velho trapiche abandonado" conta
algumas histórias quase independentes sobre alguns dos principais
Capitães da Areia.
Poesia
Marginal
A poesia
marginal foi
uma prática poética marcada pelo artesanal, por poetas que queriam
se expressar livremente em época de ditadura, buscando caminhos
alternativos para distribuir poesia e revelar novas vozes poéticas.
É
um movimento cultural fundado nos anos 70, os poetas mais marcantes
desta época foram Ana Cristina César, Paulo Leminski, Ricardo
Carvalho Duarte (Chacal), Francisco Alvim e Cacaso. As poesias eram
distribuídas em livretos artesanais mimeografados e grampeados, ou
simplesmente dobrados.
Memórias
sentimentais de João Miramar
Machado
Penumbra abre o romance com um prefácio em que dá boas-vindas a
João Miramar, saudando sua 'entrada de homem moderno na espinhosa
carreira das letras'.
A partir daí, é narrada a trajetória desse novo escritor, sujeito ingênuo, educado na acanhada cidade de São Paulo, no começo do século. É um intelectual provinciano, cuja família rica vive da extração de café.
A partir daí, é narrada a trajetória desse novo escritor, sujeito ingênuo, educado na acanhada cidade de São Paulo, no começo do século. É um intelectual provinciano, cuja família rica vive da extração de café.
Memórias Póstumas de Brás
Cubas
Brás
Cubas escreve suas memórias já morto. Ele inicia a narração nos
seus últimos momentos de vida, quando recebia visitas, ele viveu uma
alucinação que o permitiu conhecer do primeiro ao último
século.
Brás Cubas vinha de uma família rica. Era um menino arteiro, mimado e protegido pelos pais. Sem nunca ter responsabilidades e culpas, passou a infância e chegou à mocidade. Foi nela que conheceu Marcela, uma espanhola, por quem se apaixonou. Conquistou-a e viveu um romance. Brás enchia-a de caros presentes e foi assim que gastou um pouco de sua herança.
Brás Cubas vinha de uma família rica. Era um menino arteiro, mimado e protegido pelos pais. Sem nunca ter responsabilidades e culpas, passou a infância e chegou à mocidade. Foi nela que conheceu Marcela, uma espanhola, por quem se apaixonou. Conquistou-a e viveu um romance. Brás enchia-a de caros presentes e foi assim que gastou um pouco de sua herança.
Ecos
no Porão
Considerado
um dos grandes contistas brasileiros, o catarinense Silveira de Souza
- integrante do grupo sul, criado em 1948 e que levou o movimento
modernista para Santa Catarina - selecionou aqui alguns de seus
textos publicados desde 1985, entre eles o que da titulo a obra. "E
poderia repetir em silêncio para consigo de maneira prosaica os
versos de Eliot, como um lembrete dirigido a sua ilusória
individualidade: “Quem é o outro que sempre anda a teu lado?
Quando faço a soma, somos apenas dois, lado a lado, mas se ergo os
olhos e diviso a branca estrada, há sempre um outro que a teu lado
vaga, a esgueirar-se envolto sob um manto escuro, encapuzado. Não
sei se de homem ou de mulher se trata, mas quem é esse que te segue
do outro lado?
Geração do Deserto
O compromisso com a memória histórica é exemplarmente defendida por Guido Wilmar Sassi, especialmente nos livros Geração do deserto55 e São Miguel56. Aliás, este autor tem sido, por excelência, o escritor que retém, ficcionalmente, o espaço e a história catarinense, construindo uma espécie de regionalismo que consegue superar os limites espaciais traçados e oferecer uma concepção universal do homem que atua nesses espaços típicos. Neste sentido conquista especificidade em relação aos outros autores já tratados, muito embora reconheça-se em Lausimar Laus e em Almiro Caldeia autores que, ao abordarem o homem típico, não o dotam apenas dos valores que o restrinjam ao espaço em que transita.
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